O prefeito de Maruim, Jeferson Santana, (MDB), decidiu afastar nesta segunda-feira, (25), o coveiro que realizou o sepultamento de um homem no último sábado, (23), no Cemitério Cruzeiro do Novo Século, no bairro Lachez, em Maruim, (SE).
No sábado, um filho do falecido, publicou um vídeo nas redes sociais, denunciando a superlotação do único cemitério da cidade. Nas imagens, é possível ver ossos humanos expostos ao tempo, que desrespeitam à memória de entes queridos e colocam em risco à saúde pública. E, uma prática que se tornou rotina em Maruim: os sepultamentos em covas rasas.

Ao Jornal da Fan FM, 2ª Edição, nesta segunda, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Maruim, informou que, Jeferson Santana, decidiu pelo afastamento do coveiro porque “tinha outro espaço dentro do cemitério para ter sido feito esse sepultamento. Infelizmente, por uma situação que ele [o prefeito] não sabe explicar. Mas, que ele vai averiguar e adotar as medidas administrativas para investigar, porque foi feito [o sepultamento] naquele espaço onde não tinha a mínima condição de por ossadas e cadáveres”, disse o porta-voz da gestão municipal, Keizer Santos, à Fan FM.
Uma versão contestada pelo filho do falecido, “O coveiro disse que não tinha espaço, porque o cemitério está superlotado”.
“Meu pai foi enterrado em uma cova rasa. Tirou duas ossadas, para não tirar a terceira, falei para minha mãe que, para não misturar com as ossadas dos outros cadáveres com as de meu pai, com dois anos, vou pedir para tirar e colocar no devido lugar na minha família. Porque, ele não foi enterrado num catacumba, porque eu perdi um familiar a pouco tempo e não podia”,
disse o filho do falecido.
O porta-voz da gestão municipal, afirmou ainda em entrevista à Fan FM que, quando a Secretaria de Obras, teve conhecimento do caso, procurou o filho do falecido e ofereceu “um outro espaço, dentro do próprio cemitério no terreno antigo — que ainda tem condições de sepultar outros corpos — assim como o espaço anexo ao Cemitério Cruzeiro do Novo Século que foi feito a terraplanagem — e já tem também condições de abrigar [corpos]. Porém, a gente está evitando este novo terreno, porque o prefeito [Jeferson Santana] está esperando as licenças ambientais para construir as gavetas — mas nada impede de a outra a área do terreno, que já foi feita a terraplanagem — também possa sepultar novos corpos”, afirmou.
Sobre a paralisação da obra, o porta-voz disse que “por conta dessa pandemia, não foi possível fazer a licitação, nem conseguir a licença [da Administração Estadual do Meio Ambiente – Adema] para construir as gavetas.
Questionado pelo jornalístico, se o novo espaço tem licença ambiental para enterrar novos corpos, o porta-voz afirmou que, “Para sepultar as pessoas no chão, sim. Mas, em gavetas não”.
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Da Redação | Maruim em Pauta