O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recuou da ideia de demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, nesta segunda-feira (6). Além de pressões dos demais Poderes, militares convenceram o presidente a manter o ministro, por enquanto, segundo a revista Veja.

Nas últimas semanas, Mandetta travou uma verdadeira guerra de declarações com Bolsonaro principalmente por causa da questão do isolamento social, que o ministro e as principais autoridades de saúde do mundo defendem, entre elas a Organização Mundial da Saúde (OMS). O presidente prefere flexibilizar a quarentena por acreditar que isso vai “quebrar” a economia do país e provocar caos social.
Mandetta segue no cargo, depois de o presidente dar mais de uma indicação de que pretendia demiti-lo. Além de críticas claras nos últimos dias, Bolsonaro, nesta segunda-feira, chegou a se reunir com dois médicos cotados para assumir a pasta: o ex-ministro da Cidadania Osmar Terra e a oncologista Nise Yamagushi, defensora do uso precoce da hiroxicloroquina em pacientes com Covid-19.
Porém, Bolsonaro obteve uma reação negativa forte diante da possibilidade de tirar Mandetta, tanto da sociedade quanto dos Poderes Judiciário e Legislativo. Ministros do STF fizeram chegar ao chefe do Executivo o aviso de que haveria uma resposta à altura caso o chefe da Saúde fosse substituído durante a pandemia de coronavírus. Integrantes da ala militar do Executivo também foram contrários à demissão, alegando prejuízos políticos e sociais.
Os rumores de que o ministro da Saúde poderia ser demitido pelo presidente Jair Bolsonaro levaram rapidamente o sobrenome do ministro a liderar a lista dos assuntos mais comentados do Twitter brasileiro.
A mais recente pesquisa Datafolha havia apontado que entre os brasileiros que declararam ter votado em Jair Bolsonaro no segundo turno da última corrida presidencial, 82% classificaram como ótimo ou bom o trabalho da pasta comandada pelo médico e deputado licenciado Mandetta, que é filiado ao DEM.
O número de casos confirmados de coronavírus no país passou de 12 mil.
*Com Correio e Correio Braziliense