MPF/SE vê indícios de desvio de recursos e “Caixa 2” no MDB, PSB e PSDB em SE

O Ministério Público Federal em Sergipe (MPF-SE) através da Procuradoria Regional Eleitoral comandada pela procuradora, Eunice Dantas, finalizou uma etapa das investigações sobre possíveis candidaturas laranjas no pleito de 2018 em Sergipe. Foram investigadas sete candidaturas de três partidos diferentes, MDB, PSB e PSDB.

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Foto | Divulgação 

Sobre Marleide Cristina do MDB, o MPF concluiu que há os mais fortes indícios de “candidatura laranja”. As informações foram divulgadas pelo Jornal da Fan desta quarta-feira, 24. “É certo estamos diante de uma situação que pode, em tese configurar o delito de falsidade para fins eleitorais, previsto no art. 350 do Código Eleitoral, tendo em vista que esse volume de dinheiro, diversamente do que consta na prestação de contas de Marleide, pode ter sido, em verdade, desviado ou arcado com custos de outras candidaturas – especialmente masculinas -. Além do mais, existe a possibilidade da ocorrência de “Caixa 02″, igualmente configurado do crime do art. 350 do CE”, concluiu o MPF ao encaminhar pedido de abertura de inquérito para a Polícia Federal.

Marleide Cristina disputou vaga para Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), para sua campanha foram destinados quase R$ 500 mil e ela saiu das urnas com 186 votos, como já havia analisado o Jornal da Fan. Eleições 2018: candidata gasta R$ 387 mil em comunicação e recebe 186 votos.

Desencontro de informações, desconhecimento do nome das empresas prestadoras de serviço, alto investimento em marketing digital e as redes sociais da candidatas sem volume de postagens, contratação de programa para aumentar seguidores, identificação de seguidores fakes, são algumas das irregularidades apontadas pelo MPF.

Outro fato que será aprofundado nas investigações pela Polícia Federal é a do uso de recursos da campanha de Marleide para viabilizar a realização de atividades das campanhas da família Reis em Lagarto, região Sul de Sergipe.

Para Eunice Dantas a candidata afirmou que a responsabilidade pela sua campanha foi do profissional Cícero Mendes. Segundo Marleide, Cícero teria feito para sua campanha o marketing, todo serviço de impressão, fotos e a produção. Além de ter servido como seu contabilista

Marleide afirmou ter confiado em Cícero Mendes por ter sido ele indicado pelo partido, e para ele, ela teria afirmado. “Nem sei por onde começar, então eu quero sua ajuda”. Segundo Marleide, Cícero lhe deu toda assistência, orientado-a em tudo, levando-a para fazer as impressões, bandeiras e mídias.

Durante o Jornal da Fan Cícero Mendes solicitou espaço para comentar as informações publicadas, o espaço foi cedido mas ele desistiu de participar. Procurado para se posicionar nesta matéria do Fan F1, Cícero não atendeu às ligações e enviou a seguinte mensagem. “Narcizo, boa tarde. Não tenho interesse em atender sua ligação. Estou vendo se vale a pena responder na emissora as acusações contra mim”.

A Rede Fan de Comunicação não fez denúncias contra o profissional e mantém o espaço assegurado. Lembrando que seu nome sempre foi citado nas matérias pela vinculação à campanha de Marleide. Só na empresa que leva o nome de Cícero, foram gastos 37% dos recursos da campanha de Marleide, pouco mais de R$ 174 mil.

Foi a partir das denúncias inciadas no Jornal da Fan que o MPF-SE passou a se debruçar sobre as prestações de contas e encontrou inconformidades em sete candidatas: Marleide Cristina dos Santos (MDB), Ieda Suzana Walois Rodrigues Nascimento (PSDB), Alessandra Maia Vasconcelos Santos (PSDB), Vanessa Sotero da Silva (PSDB), Djane Montalvão da Luz (PSB), Jutailde Gomes Sá Barreto (PSB), Maria Izabel dos Santos Vieira (PSB).

Durantes estes cinco meses, a procuradora Eunice Dantas ouviu as candidatas, assessores, dirigentes dos três partidos, contadores e os presidentes das agremiações partidárias: o ex-deputado federal, Valadares Filho (PSB), o ex-senador Eduardo Amorim (PSDB) e o ex-presidente do MDB-Sergipe, João Augusto Gama. Ao final tomou decisões e encaminhamentos diferentes por parido. A do MDB como já afirmado encontra-se sob investigação da Polícia Federal.

PSDB – As candidatas e o presidente do partido, Eduardo Amorim, demonstraram desconhecimento das doações destinadas as contas de campanha das três candidatas, tendo sido segundo eles uma responsabilidade do diretório nacional. Por este motivo o MPF encaminhou as informações para a Procuradoria Geral da República (PGR) para adoção de eventuais medidas.

PSB – Houve contradição entre as informações prestadas pelas candidatas e pelos dirigentes. O presidente Valadares Filho não conseguiu sanar as dúvidas de Eunice e por este motivo a procuradora definiu solicitar ao Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe o total de recursos provenientes do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha recebidos pelo Diretório Estadual do PSB e quanto foi o total desse montante (recursos provenientes do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha) que o Diretório Regional do PSB direcionou para candidaturas do sexo feminino. Diante das informações novos desdobramentos podem ocorrer

*Com informações do FAN F1

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